terça-feira, 9 de março de 2010

Educação indigena o direito de outros povos

A situação dos povos indígenas para mim era pouco conhecida ate agora eu pensava que cada tribo fala sua língua, vivem de acordo com seus costumes e tradições de forma isolada, porem após a leitura do texto pude compreender que não é dessa forma que se da o desenvolvimento e aprendizado do povo indígena.

A educação na tribo se caracterizava pelos processos tradicionais de aprendizagem, a compreensão dos conhecimentos particulares de cada etnia, transmitido de forma oral no dia-a-dia, pensando na não discriminação dos índios, na valorização de sua cultura e principalmente na integração deles na sociedade brasileira, pensou-se em leis lhes desse direito, autonomia, direitos realmente humanos porem não é bem assim que são tratados, pois para exercer tal cidadania cada etnia deveria compreender a língua portuguesa, aprender matemática, compreender a cultura do homem branco com todos seus costumes e tecnologias.

Pensando nisso surge à educação indígena escolar, com o intuito de alfabetizar, deixar de ser selvagens, adquirir autonomia, conseguir viver na atualidade, vivendo uma pressão civilizatoria, entretanto para que isso ocorra os indígenas teriam que se aculturar, ou seja, abandonar sua própria cultura para viver a cultura do outro, para servir como escravo, aprender aquilo que não faz parte de sua realidade.

O que se esperava com todas as leis criadas para eles e com toda essa educação pensando somente nos benefícios e aprendizado indígena não era essa agressão de forçá-los a abandonar sua realidade para que adquira outra que não faz sentido, e sim criar uma educação de liberdade, dá autonomia plena, respeitar a cultura de cada etnia, leis próprias de cada tribo, língua materna e a forma no qual eles se desenvolvem, sua organização política.

A visão que tinha ate hoje é que o europeu chegou impondo condições de vida que não fazia parte da realidade deles, pois para mim os índios tirava seu consumo totalmente da mata, porem eles utilizavam de forma regrada, de acordo com sua necessidade, Evitando a destruição, o desmatamento , extinção da fauna e mudanças ambientais, mas pude perceber que não era bem assim , pois com a ciência arqueológica nos mostra que existia na Amazônia aldeias enormes que para ser construídas foi necessário desmatar, destruir, o que me surpreendeu muito foi pensar que a mata que achamos que é virgem, nativa não é, após a destruição indígena para construção da aldeia ela desapareceu na água, passado esse período nasceu uma nova mata que é o que vemos hoje.

A educação escolar indígena pensada de tal forma vem nos mostrar o quanto são discriminados, e desrespeitados, tendo em vista que nem as leis brasileiras os incorporam como cidadãos legítimos, compreendendo que eles têm outra cultura e outras organizações políticas, mas quando se pensa na educação indígena não é levada em conta a tal cultura diferente nem mesmo sua organização diferente de política, nem língua materna e sim se obriga que o aprendizado aconteça numa língua estranha para eles, espera-se que eles se estruturem socialmente da mesma forma que o homem branco, de forma desrespeitosa.

A própria FUNAI instituição responsável pela preservação desses povos pensava que o índio era um ser ignorante pelo fato de eles não conhecerem a cultura do branco, isso vem nos mostrar o grande descaso com a cultura indígena.

Então como devemos interagir com essas etnias de forma harmoniosa, respeitando e sem discriminá-los?

Pensa-se em novas formas de exploração de gestão de propostas onde tragam os índios para o desenvolvimento que conceba as relações interpessoais, da diversidade de fronteiras, expandirem a aprendizagem intercultural, autonomia econômica e política, reestruturação e preservação de sua cultura e do conhecimento indígena.

Na realidade a escola indígena deve se adaptar a vida indígena garantindo e protegendo sua identidade própria e não o índio se adaptar a sociedade e estrutura do branco.

A educação escolar indígena deve abranger a consciência da cidadania, reestruturação de estratégias de resistência, promover sua própria cultura, e a apropriação das estruturas da sociedade não indígena, para que adquira novos conhecimentos disponibilizando uma vida melhor a cada um deles, visando uma educação comunitária, intercultural, bilíngüe, especifica e diferenciada.

Essa educação diferenciada possibilita a preservação do universo sócio-cultural especifico em cada escola, sendo interessante essa escola ser bilíngüe, tendo suas aulas ministradas preferencialmente por professores indígenas em escolas indígenas e com currículos definidos pelas próprias comunidades tornando assim uma comunidade forte, que matem seus costumes, que aprende de forma diferenciada e é respeitada e compreendida dentro das leis que garante seus direitos, cultura, desenvolvimento de um povo diferente sem discriminá-los, pois apesar de serem diferentes e seguirem estruturas diferentes também merecem ser respeitados e tratados como seres humanos tendo nesse sentido os mesmo direitos que os não índios.

Referencias bibliográficas:

DOMINGUES, S. Augusto. Sujeitos e saberes da educação indígena.

http://www.eca.usp.br/njr/voxscientiae/indigena_40c.htm Acesso em: 14 dez. 2009

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