segunda-feira, 29 de março de 2010


Na escola, Disparidades

O Brasil tem mais de 53 milhões de estudantes na Educação Básica. O atendimento às populações branca e negra, no entanto, é bastante desigual. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007 revelam que na educação infantil apenas 13,8% das crianças negras estavam matriculadas em creches. O número sobe para 17,6% na população branca. Na pré-escola, são 65,3% das crianças brancas matriculadas, frente a 60,6% da população infantil negra.

Quando o assunto é a distorção idade-série, as diferenças se acentuam, como mostram os dados do Educacenso de 2007. No caso de crianças brancas, o índice é de 33,1% na 1ª série do ensino fundamental e de 54,7% na 8ª, subindo, no caso das negras, para 52,3% e 78,7%, respectivamente. Entre os jovens brancos de 16 anos, 70% haviam concluído o ensino fundamental obrigatório. Na população negra dessa faixa etária, apenas 30% o fizeram. Entre as crianças brancas de 8 e 9 anos na escola, a taxa de analfabetismo era de 8%. Para as negras, o dobro.

No ensino médio, o quadro não é diferente: 62% dos jovens brancos de 15 a 17 anos frequentavam a escola em 2006; na população negra, o índice caía pela metade. Se o recorte etário for para 19 anos, os brancos apresentam uma taxa de conclusão do ensino médio de 55%, contra apenas 33% dos negros.

As desigualdades persistem no ensino superior. A Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que 12,6% da população branca acima de 25 anos concluiu o curso superior. Entre os negros, a taxa é de 3,9%. Em 2007, os dados coletados pelo Censo da Educação Superior indicavam a frequência de 19,9% de jovens brancos entre 18 e 24 anos nas universidades. Já para os negros o percentual era de 7%.

Com base na Pnad, 49,4% da população brasileira se autodeclarou da cor ou raça branca e apenas 7,4% preta. Outros 42,3% se autodenominaram pardos e 0,8% de outra cor ou raça. A população negra é formada pelos que se reconhecem pretos e pardos.

Diversidade e Desigualdades

» 47,1% dos jovens são brancos e 52,9% não brancos (sendo 85,1% pardos, 13,5% pretos, 0,8% amarelos e 0,6% indígenas)

» Analfabetismo entre os jovens negros é quase três vezes maior do que entre os brancos

» Frequência líquida ao ensino médio é 55,9% maior entre
os brancos

» Frequência líquida ao ensino superior é cerca de 3 vezes maior entre os brancos

» As taxas de homicídio entre os jovens pretos e pardos é de 148,8 e 140,9 por 100 mil hab. respectivamente, ao passo que entre os brancos é de 69,2

» Os jovens pobres são majoritariamente não brancos (70,8%), enquanto os jovens brancos são 54,1% dos

Referências bibliográficas :

http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12858

segunda-feira, 22 de março de 2010

Cinema

Como estrelas na Terra toda criança é especial ....


Filme da produção de Bollywood – conta a história de uma criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de repetir de novo. As letras dançam em sua frente, como diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de sensibilidade. Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai do garoto decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida… e a filosofia do internato é a de disciplinar cavalos selvagens. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan. Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver. O filme é uma obra prima do até então ator e produtor Aamir Khan.


Dicas de leitura:

Um amigo especial
Síndrome de Down é o tema desta coleção. Em um dos enredos, um menino passa por vários questionamentos ao observar a rotina de seu vizinho esquisito. Vencendo a timidez e o preconceito, inclusive dos pais, ele conclui que seu amigo Down é apenas diferente.
MEU AMIGO DOWN NA RUA; MEU AMIGO DOWN NA ESCOLA; MEU AMIGO DOWN EM CASA, Claudia Werneck, 24 págs. cada um, Ed. WVA

Ver e enxergar
A história de Rodrigo é contada pelo seu melhor amigo, André, o primeiro a perceber que ele era cego, mas podia enxergar tudo. O autor não vê desde bebê, mas cresceu empinando pipa e brincando de carrinho de rolimã. Só mais tarde conheceu o preconceito e viu que em parte ele se deve à desinformação.
RODRIGO ENXERGA TUDO, Markiano Charan Filho, 36 págs., Ed. Nova Alexandria

Mundão de tons sem fim
Este é um dos cinco volumes da série Mundinho, para "leitores" de 2 a 5 anos. Com ilustração e texto em braile, o livro - que é quadrado só no formato - começa com a descrição das incontáveis cores presentes na natureza.
UM MUNDINHO PARA TODOS, de Ingrid B. Bellinghausen, 24 págs., Ed. DCL

Diferentes, mas iguais
Versos e rimas descrevem uma escola onde todos são iguais mesmo sendo diferentes. “Lá na minha escola/ninguém é diferente/cada um tem seu jeito/o que importa é ir pra frente”.
NA MINHA ESCOLA TODO MUNDO É IGUAL, Rossana Ramos, 20 págs., Ed. Cortez

Oba, escola nova!
Júlia tem 8 anos e adora ler, brincar com o dicionário e dar nome para tudo, até para três amigas especiais: Felizberta e Felizbina, suas muletas, e Joaninha, sua cadeira de rodas. Júlia vai entrar numa nova escola e quase não consegue dormir de tão ansiosa, pois antes estudava só com crianças com deficiência.
JÚLIA E SEUS AMIGOS, Lia Crespo, 32 págs., Ed. Nova Alexandria

Muito prazer, Sílvia!
Sílvia é uma menina que faz cara feia e bonita, canta, brinca de gangorra e de pirata com a mamãe, faz travessuras, fica de castigo, dança com o vovô e cavalga com o papai, nada como um peixe... e tudo em uma cadeira de rodas.

ESTA É SÍLVIA, Jeanne Willis e Tony Ross, 32 págs., Ed. Salamandra

Ninguém é perfeito
Um acidente de carro e uma conseqüente paraplegia fazem a vida de Marcella dar uma guinada. A menina que arrasava nos jogos de vôlei se transforma numa pessoa triste, revoltada e sem esperança. Aos poucos, ela se recupera com a ajuda de diversas pessoas, entre elas o irmão, que, no final, conclui “...a gente é como um pedaço da noite. De longe, estrelas perfeitas. De perto, estrelas tortas!”
ESTRELAS TORTAS, Walcyr Carrasco, 104 págs., Ed. Moderna


Um dia de glória
Divertida e cheia de lições é a história dos garotos do time reserva de futebol da escola que nunca entram em campo, até que, um dia, os titulares pegam caxumba e não podem jogar a final.
DESPREZADOS F.C., Júlio Emílio Braz, 80 págs., Ed. Saraiva

Medos e amizades
Antônia e H são amigos, mas diferentes. Ela fala demais e ele de menos. Ele adora ler e ela só abre os livros que a professora manda. Ele faz o tipo bonitão e ela aquela em quem ninguém repara. Quando começam a confiar um no outro, passam a compartilhar seus medos.
AMIGO SE ESCREVE COM H, Maria Fernanda Heredia, 128 págs., Ed. Nova Fronteira

Inclusao você está preparado:

Pessoal confiram este teste publicado na Revista Nova Escola achei muito interessante:

Tente responder às questões abaixo e avalie se você é um educador ou uma educadora preparada para a inclusão.

1 - Recusar a matrícula de um aluno por causa de uma deficiência é crime?

2 - Crianças com deficiência física necessitam de cuidados específicos na hora de se movimentar e participar de atividades na escola?

3 - O professor deve propor atividades escolares mais fáceis para crianças com deficiência?

4 - Crianças cegas precisam de profissionais especializados que as ajudem a ir ao banheiro e a se alimentar na hora das refeições?

5 - As crianças surdas são totalmente insensíveis ao som?

6 - Pais de crianças com deficiência podem exigir a matrícula de seus filhos em qualquer escola, pública ou privada?

7 - Quem apresenta comprometimento nos movimentos dos braços e também das pernas tem deficiência múltipla?

8 - Se a criança é cega ou tem baixa visão, é util para ela que a escola tenha placas de sinalização nas portas e corredores?

9 - Estudantes com deficiência podem ajudar colegas sem deficiência nas atividades?

10 - Professores da sala regular devem incentivar estudantes sem deficiência a fazer parte do processo de inclusão de colegas com deficiência?

11 - A criança surda, com atendimento especializado, pode aprende a escrever no mesmo ritmo que as demais?

12 - A criança cega tem condições de reconhecer o rosto dos colegas de classe?

13 - Professores da sala regular podem adaptar materiais para facilitar a participação de estudantes com deficiência?

14 - Os estudantes com deficiência devem opinar sobre as medidas adotadas para apoiá-los na escola regular?

15 - Crianças cegas podem participar das aulas de Educação Física?

16 - Estudantes com deficiência mental conseguem desenvolver as habilidades de ler, escrever e fazer contas e ser independentes?

17 - Mesmo dominando a língua de sinais, a criança surda pode aprender a falar?

18 - Uma escola só pode ser considerada inclusiva quando tem crianças com deficiência?

Direitos e deveres sobre inclusao

A revista Nova Escola selecionou várias leis e documentos internacionais estabeleceram os Direitos das pessoas com deficiência no nosso país. Confiram alguns deles.

1988
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; garante o direito à escola para todos; e coloca como princípio para a Educação o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.

1989
LEI Nº. 7.853/89

Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa.

1990
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)
Garante o direito à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sendo o Ensino Fundamental obrigatório e gratuito (também aos que não tiveram acesso na idade própria); o respeito dos educadores; e atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular.

1994
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA

O texto, que não tem efeito de lei, diz que também devem receber atendimento especializado crianças excluídas da escola por motivos como trabalho infantil e abuso sexual. As que têm deficiências graves devem ser atendidas no mesmo ambiente de ensino que todas as demais.

1996
LEI E DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LBD)

A redação do parágrafo 2o do artigo 59 provocou confusão, dando a entender que, dependendo da deficiência, a criança só podia ser atendida em escola especial. Na verdade, o texto diz que o atendimento especializado pode ocorrer em classes ou em escolas especiais, quando não for possível oferecê-lo na escola comum.

2000
LEIS Nº10.048 E Nº 10.098
A primeira garante atendimento prioritário de pessoas com deficiência nos locais públicos. A segunda estabelece normas sobre acessibilidade física e define como barreira obstáculos nas vias e no interior dos edifícios, nos meios de transporte e tudo o que dificulte a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou não de massa.

2001
DECRETO Nº3.956 (CONVENÇÃO DA GUATEMALA
)
Põe fim às interpretações confusas da LDB, deixando clara a impossibilidade de tratamento desigual com base na deficiência. O acesso ao Ensino Fundamental é, portanto, um direito humano e privar pessoas em idade escolar dele, mantendo-as unicamente em escolas ou classes especiais, fere a convenção e a Constituição

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; garante o direito à escola para todos; e coloca como princípio para a Educação o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.





M ais indicacoes:


Uma boa pedida para trabalharmos sobre a inclusao dentro de sala de aula é o livro FLICTS !!! Escrito por Ziraldo


Um livro repleto de ilustrações muito coloridas e bem feitas, com um texto poético que só Ziraldo poderia fazer. Traduzido para vários idiomas. Ganhou o prêmio internacional Hans Cristian Andersen considerado o mais importante na literatura infantil. Uma obra necessária em nossa estante de livros. Feito para crianças, encanta todas as idades. Apesar da palavra cor ser feminina, Flicts é masculino. O triste, feio e aflito Flicts percorre um caminho para encontrar-se, ter um lugar para viver e por onde passa ele é rejeitado. O livro começa “Era uma vez uma cor muito rara e muito triste que se chamava Flicts”. Possui características próprias, diferentes de todas as outras cores. Sua solidão era intensa, não era aceito por nenhuma outra cor. Cada cor tem sua interpretação, o vermelho é forte, o amarelo tem uma luz imensa, e o azul transmite paz.”Não existe no mundo nada que seja Flicts”.Não tinha lugar no mundo para Flicts, nem na caixa de lápis de cor, nem no parque e nem no arco-íris. Rejeitado por todas as cores.”Era apenas o frágil e feio e aflito Flicts” Ele tenta a salvação no trabalho, uma faixa em alguma bandeira, percorre o mundo todo, “pelos paises mais bonitos, pelas terras mais distantes, pelas terras mais antigas, pelos países mais jovens” e não se acha. Nesse momento no livro estão desenhadas várias bandeiras cada uma ocupando duas páginas. Muito bem feito. Pensa encontrar-se no mar e também não consegue. Ziraldo dedica oito folhas para descrever o mar que é muito inconstante e vai mudando de cor, uma obra de arte. Um dia Flicts sobe para bem alto e vai subindo, subindo e encontra-se na Lua. E Ziraldo escreve no livro” Quando Neil Amstrong - o primeiro homem que pisou na Lua – veio ao Rio de Janeiro, contei-lhe a história de Flicts e ele me confirmou que a Lua era, realmente FLICTS “ e no livro tem escrito pelo próprio astronauta em inglês” The Moon is Flicts” e assinado embaixo.

Inclusão: a escola para todos

Pensando em uma escola que possa viabilizar de fato a inclusão de todos os alunos temos que pensar em alguns aspectos importantes no funcionamento da escola e a aprendizagem de cada de forma a garantir a qualidade do ensino.

Numa escola inclusiva se faz importante individualizarmos o programa instrucional para todos os alunos, sejam eles deficientes ou não, e oferecermos os recursos que cada aluno necessita para explorar seus interesses individuais no ambiente escolar.

A escola deve estar plenamente comprometida em desenvolver uma comunidade que se preocupem em fomentar o respeito mútuo e o apoio entre a equipe escolar, os pais e os alunos, comunidade essa na qual acreditamos honestamente que os alunos sem deficiência podem beneficiar-se da amizade com colegas deficientes e vice-versa.

Os alunos devem ser estimular a plena participação dos alunos com deficiência na vida da escola, inclusive nas atividades extracurriculares.

A escola inclusiva deve estar preparada para modificar os sistemas de apoio para os alunos à medida que suas necessidades mudem ao longo do ano escolar de tal forma que eles possam atingir e experienciar sucessos e sentir que verdadeiramente pertencem à sua escola e à sua saia de aula.

O currículo dos alunos com deficiência deve ser pleno na medida de suas capacidades e ser modificado na medida do necessário para que eles possam partilhar elementos destas experiências com seus colegas sem deficiência.

Penso que a inclusão deve ser feita de forma a se obter crescimentos por parte do aluno a ser incluído, dos alunos que estão ao redor mesmo esse sem deficiência, aos funcionários da escola e professores, pois deve ser mais uma forma de aprendizagem para todos, pois ninguém nasce sabendo cada um deve buscar a melhor forma de ajudar uns aos outros.

A inclusão de um aluno em sala regular não deve ser encarada como obstáculo e sim como uma forma de aprendizagem, o professor ao se formar não se forma sabendo tudo é na pratica de sala de aula que se aprende varias coisas, e é na pratica do trabalho com um aluno inclusivo que aprendemos o como trabalhar com tal deficiência. Mesmo porque todos nos temos individualidades e necessitamos de atendimentos especiais.